PREVENÇÃO QUEDASA população mundial envelhece e seguindo essa tendência o nosso país já conta com 27 milhões pessoas idosas e o Estado de Goiás com 826.142 segundo a PNAD, 2014. E, no processo do envelhecimento, a queda representa um dos relevantes riscos para a população idosa e suas consequentes lesões constituem um problema de saúde pública e de grande impacto social enfrentado hoje no Brasil, pois segundo Ministério da Saúde 30% dos idosos caem uma vez por ano e 40% idosos acima de 80 anos que caem residem nas Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI), abrigos e casas de recuperação caem mais; cerca de 10% das quedas ocorrem em escadas; Mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequências se igualam; dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses, apenas metade sobreviverá após um ano. A cada TRÊS pessoas acima de 65 anos, existe a possibilidade de uma queda entre eles. A estimativa da incidência de quedas por faixa etária é de 28% a 35% nos idosos com mais de 65 anos e 32% a 42% naqueles com mais de 75 anos.
Ainda, de acordo com os dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), do total de pessoas idosas que sofrem quedas, cerca de 2,5% requerem hospitalização e destes, apenas a metade sobreviverá após um ano, em consequência de comorbidades associadas à decorrente imobilidade física.
Em Goiás, segundo o Sistema de Informação de Mortalidade – SIM/MS no ano de 2015 a queda representou o segundo motivo de óbitos por causas externas em pessoas idosas e entre 2010 e 2015 houve o aumento de 65% de quedas em idosos.
Em relação a fratura de fêmur, entre 2010 e 2017, as Internações Hospitalares em Idosos de ambos os sexos, representou 10%, perfazendo o total de 7.058, conforme Sistema de Informação Hospitalar/SIH/MS. E o Ministério da Saúde/2006 aponta a fratura de fêmur como a principal causa de hospitalização aguda por queda, que leva 50% dos idosos ao óbito em 1 ano. E, a metade dos que sobrevivem ficam dependente dos cuidados de outras pessoas e o tempo de permanência nos hospitais é de 5,3 e 34,7 dias.
Em referência a fratura do antebraço entre o ano de 2010 a 2017, representou 3% das Internações Hospitalares, em Idosos de ambos os sexos, perfazendo o total de 5.315, conforme Sistema de Informação Hospitalar/SIH/MS.
Dados apontam que é um sério problema e frequente acidente doméstico que ocorre com os idosos e a principal etiologia de morte acidental em pessoas acima de 65 anos. Assim, a prevenção da queda é de importância ímpar pelo seu potencial de diminuir a morbidade e a mortalidade, os custos hospitalares e o asilamento consequentes.
E, outra questão relevante a ser pontuada é que esse grupo populacional também têm enfrentado inúmeras barreiras que impedem uma melhor qualidade de vida no contexto da cidade. De um lado, identificam-se barreiras de acessibilidade a espaços abertos, prédios, transporte e moradia, em face de uma saúde mais fragilizada pelo avançar dos anos. De outro, tem-se a dificuldade de participação social, decorrente da falta de opções de lazer, trabalho e atividades esportivas que o poder público e sociedade lhes oferecem. Logo, novos arranjos e planejamento será exigido para as cidades com serviços públicos que melhore a qualidade do atendimento às pessoas idosas.
Prevenir e lidar com as consequências das quedas em pessoas idosas é um desafio a ser enfrentado, assim o objetivo da Campanha de Prevenção de Quedas em Pessoas Idosas em Goiás é colocar em pauta a prevenção das quedas no contexto da sociedade goiana, salientando suas consequências para o idoso que podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista físico-funcional quanto emocional, partindo do princípio que a melhor forma de evitar quedas e acidentes é a informação sobre as diferentes situações que podem levar uma pessoa idosa a cair.
Sendo assim, a Secretaria Estadual de Saúde realizará no mês de outubro a Campanha Prevenção de Quedas em pessoas idosas em parceria com o Ministério Público de Goiás em todo o Estado de Goiás, por meio das SMS e Promotorias e o II Seminário Boas Práticas no Cuidado com a Pessoa Idosa Cidade Amiga do Idoso”, no dia 05 de outubro do corrente ano, no Auditório do MP/GO, em parceria com Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa CEDPI-GO, Casa dos Conselhos/Conselho Municipal do Idoso/Secretaria de Assistência Social, Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia e Ministério Público.

MARILENE GONÇALVES SILVEIRA – SUBCOORDENADORA DA ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE.